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Maratona 2023

Imaginário

A maioria das histórias começa com o inevitável «Era uma vez». Sabemos que, a partir dali, estamos por conta do autor e do seu reino de fantasia e imaginação. Tudo é possível lendo um livro: viajar, sonhar, rir ou chorar. Como diria Fernando Pessoa, “ler é sonhar pela mão de outrem”.

Ler é um ato contínuo e inesgotável. As personagens começam a habitar as nossas vidas, durante e depois da leitura, e há até quem diga que é assombrado por algumas delas.

A escritora Edith Wharton entende que “a leitura deve resultar numa transformação e um leitor deverá saber que aquele que abre um livro não é a mesma pessoa que o fecha”. Não somos com toda a certeza os mesmos quando lemos a última página de um livro. Aquele suspiro final é reconfortante, mas também pode redundar em sobressalto. E, por vezes, no dia seguinte, começamos a imitar os trejeitos deste ou daquele personagem.

Tendemos a acreditar em Mark Twain, para quem os “vícios são frequentemente virtudes levadas ao extremo”. Ler é, simultaneamente, um vício e uma virtude. É imanência e transcendência.

Neste universo, cabem autores e leitores e uma infinidade de personagens, boas e más, que dão colorido às histórias. Mas este é um universo construído a partir de um imaginário ou de vários imaginários, que se desvelam por entre ideias, imagens ou construções mentais.

O imaginário guiar-nos-á pela Maratona de Leitura deste ano. Será o nosso tema em destaque e será também a força motriz de quase todas as atividades do nosso programa.

Vamos ser guiados pelo imaginário, porque é ele que está na base de todas as histórias que já lemos ou que ainda vamos ler. É como a Maratona de Leitura: um festival literário para quem gosta de ler e para quem ainda não sabe que gosta de ler.