Exposições

Exposição ''Amar à Vista''

de Jorge Serafim

A exposição «Amar à Vista» parte do livro com o mesmo nome do escritor e contador de histórias Jorge Serafim.

30 DE JUnHO14H30 - Biblioteca municipal Padre Manuel Antunes

Exposição ''Um grito na paisagem'', de Vasco Gato e Vitorino Coragem

Se antes do atual contexto de pandemia a questão da (con)vivência humana já se costurava de interrogações, os últimos meses vieram adensar a necessidade de sondar possibilidades futuras, escolhas importantes através das quais possamos decidir os contornos da nossa experiência comunitária. A dicotomia campo-cidade conheceu um movimento praticamente de sentido único desde o século XIX. O século XXI irá assistir a uma reformulação dessa clivagem, tanto pelas transformações que já estão a modificar modalidades laborais como pela busca de uma face ainda humana (ou, diríamos até, natural) que a habitação em povoados menos numerosos permite.
Existe, naturalmente, uma idealização desse espaço aos olhos da população urbana. O território mais preservado é um desafio de equilíbrios e, em muitos casos, o cenário de uma batalha diária pelo sustento. Nas próximas décadas, observaremos migrações por razões muito diversas. Urge, por isso, tentar captar um retrato, um testemunho, daquilo que as regiões não tão densamente habitadas ainda preservam, bem como do olhar dos seus habitantes.

Como será a paisagem do futuro? Continuaremos a impor-lhe a nossa marca duradoura, contrastante, os edifícios e as grandes vias de circulação que se foram expandindo em décadas recentes? Ou procuraremos disseminar-nos pelo território, disfarçando o nosso modo de habitar entre os elementos naturais e promovendo assim uma maior fusão com o que nos rodeia? No meio de tantas incógnitas e ameaças, abre-se um trilho luminoso em que poderemos voltar a nosso favor as mudanças que já estão em curso, resgatando terras e lugares para o convívio humano e devolvendo pessoas ao convívio natural numa afinação de ritmos e contemplações com este planeta que nos serviu de berço e cuja morfologia biogeológica continua a ser um reservatório de espanto.

2 de julho18h00 - Clube da Sertã

Exposição '' Onde está la realidade'', de Ângelo Lucas e Isabel Gaspar Dias

Em agosto do ano 2000, o fotojornalista Ângelo Lucas e a repórter Isabel Gaspar Dias foram ao México. Não foram em férias, em busca de praias paradisíacas, ou roteiros turísticos. Foram à selva Lacandona, ao Estado de Chiapas em busca de uma utopia, sustentada por um mítico e romântico movimento de guerrilha - o Movimento Zapatista.

Chiapas é o mais pobre dos 32 estados mexicanos e um dos que tem mais indígenas - os mais pobres dos pobres. O contra-senso é que Chiapas produz 70 por cento da energia elétrica do país, 92 mil barris de petróleo por dia, muito gás natural e ainda madeiras preciosas, café, cacau, tabaco, fruta, mel; nada disto chega à maioria da população de Chiapas. Os indígenas sofrem quase todos das doenças da pobreza: subnutrição, diarreias, infeções respiratórias e uma esperança de vida 20 anos inferior à média mexicana.

Ali passaram quase um mês entre os zapatistas. Não se sabe quantos são, que armas têm e por onde se escondem. Descem às comunidades amigas, montados a cavalo e com o inevitável passa-montanhas negro a tapar-lhes o rosto. O exército sabe e tenta impedir o movimento dos membros do EZLN (Exército Zapatista de Libertação Nacional) e o acesso às suas bases de apoio com uma imponente força militar e múltiplos postos de controle. Qualquer pessoa que viaje por Chiapas, como eles, pode ser apanhada nesta rede e sofrer consequências indesejáveis.

Assim de um lado temos uma guerrilha herdada da tradição revolucionária sul-americana, marxista e maoísta que trocou os velhos ideais revolucionários pelos da luta indígena, tornando-se líder e porta-voz da causa zapatista e defensora dos índios. Do outro, um governo que quando inquirido sobre o zapatismo, tenta fazer crer que não passa de um bando de terroristas refugiado na selva – o álibi para a colocação em Chiapas de dezenas de milhar de soldados, sem assumir que existe um estado de guerra latente. E foi por isso, para testemunhar a verdade dessa causa, que lá foram. E que regressaram com muitas histórias para contar e esta exposição que agora chega à Sertã.

30 de junho a 15 de julho - Casa da Cultura da Sertã 

Inauguração   3 de julho - 15h30